“Botafogo eliminado da Copa do Brasil!” e “Botafogo goleado na final do Estadual!”, essas duas sentenças poderiam ditar o ritmo para o restante da temporada ou, ao menos, impedir uma reação imediata nas rodadas iniciais do Campeonato Brasileiro. Quem apostaria na manchete: “Botafogo líder do Brasileirão”? Ainda mais com vitórias contra São Paulo e Coritiba? Ninguém, nem o mais enlouquecido torcedor alvinegro cravaria seis pontos nesses confrontos! Jefferson? Na Seleção Brasileira. Antônio Carlos e Fábio Ferreira? No DM. Marcelo Mattos? DM. Andrezinho? DM. Loco Abreu? DM. O Botafogo irá enfrentar o Coritiba, no Couto Pereira, sem seis titulares? Ah, o empate já seria um bom resultado, certo Oswaldo?
Durante a semana o treinador festejava a grande virada diante do ‘poderoso’ São Paulo do ‘invencível’ Leão enquanto maquinava o que poderia ser feito para suprir as ausências diante do ‘imbatível’ Coritiba e seu ‘terrível’ Couto Pereira. Parecia uma missão impossível, caso de cinema com filme de terror e os corredores de General Severiano desertos de ideias, mas sobrando prata da casa. Se não tem tu, vai tu mesmo. E sem reclamar muito da vida no melhor estilo “Ô vida! Ô céus!”, Oswaldo partiu pra Curitiba com Brinner e Dória na zaga, Jadson no meio, Renan fechando tudo no gol, Vítor Júnior fazendo gol e vamos que vamos com Herrera, o ex-casigol. E não é que deu certo?
Tem coisas que só acontecem com o Botafogo… A frase histórica ecoou aos 29 segundos de bola rolando com um gol casicontra, com requintes de crueldade: o chute torto de Lincoln desvia no jovem Dória, de apenas 17 anos, e engana Renan. Pronto, é chorar o leite derramado. Logo depois, o mesmo sortudo Lincoln ainda manda um cruzamento de letra que por pouco não encobre o nosso goleiro e vaticina a eminente e propagada derrota. A torcida da casa não parava de cantar! Que alegria! Que festa! Enquanto a arquibancada se agitava, Lucas empatava e Vítor Júnior, após bela jogada de Márcio Azevedo, virava o placar e deixava o mais cético botafoguense confuso. É certo vencer os caras aqui? Pode isso?
O segundo tempo logo tratou de corrigir as imperfeições da vida e numa cobrança de escanteio, com a zaga plantada no chão, com Renan assistindo, com a torcida vibrando, o Coritiba empata tudo de novo. A igualdade logo no reinício de jogo daria gás extra ao Coxa na busca pela vitória e a pressão passaria a ser insuportável. Essa era a previsão lógica, mas desafiando a lógica e jogando com calma e sem afobação, o Botafogo soube segurar os avanços do rival, deixou o tempo passar e num contra-ataque bem arquitetado matou o jogo. Elkeson fez uma virada de bola perfeita e a tabela entre Lucas e Herrera foi melhor ainda. No fim, mesmo com os cinco intermináveis minutos de acréscimo deu tudo certo para o Fogão dos Desfalcados!
Vamos, Fogo!
Ficha Técnica:
2ª Rodada: Coritiba 2 x 3 Botafogo (27/05/2012)
Coritiba: Vanderlei; Jonas (Aírton), Demerson, Emerson e Lucas Mendes; Junior Urso, Sergio Manoel (Anderson Aquino), Lincoln (Vinícius) e Éverton Ribeiro; Roberto e Éverton Costa
Técnico: Marcelo Oliveira
Botafogo: Renan; Lucas, Brinner, Dória e Márcio Azevedo; Jadson (Lucas Zen), Renato, Fellype Gabriel (Cidinho), Maicosuel (Elkeson) e Vítor Júnior; Herrera
Técnico: Oswaldo de Oliveira
Gols do Coritiba: Lincoln, aos 30 segundos de jogo, e Lucas Mendes, aos 4 minutos da etapa final
Gols do Botafogo: Lucas, aos 20 iniciais, Vítor Júnior, aos 25, e novamente Lucas, aos 40 minutos do segundo tempo
Local: Estádio Couto Pereira (PR)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Cartão Amarelo: Jadson, Dória, Márcio Azevedo, Lucas Zen e Lucas (Botafogo); Jonas (Coritiba)